Lá se vai mais um ano!
Rápido para muitos, arrastado para outros, o tempo passa. E junto com ele os momentos felizes, os tristes, as pessoas, as situações, os lugares, a juventude. A impermanência da vida foi o fenômeno que mais me chamou a atenção neste ano. Explorar a sua natureza fez com que eu entrasse em contato com uma avalanche de emoções contraditórias e angustiantes, principalmente, por ter sentido na pele a dor de várias perdas que me fizeram constatar o inexorável fato de que tudo, dentro desta realidade sensorial-biológica em que vivemos, um dia, se acaba.
Exteriormente, temos pouco controle sobre o que nos acontece. As circunstâncias, as crenças, o estilo de vida, as posses, a saúde, os interesses das pessoas mudam o tempo todo. Isso modifica quereres e atitudes. Provoca ganhos e danos. Incerteza e medo. Por mais que tentemos nos assegurar que nada altere o curso linear de nossas experiências, somos constantemente assaltados por desfechos indesejados ou incompreensíveis em nossos relacionamentos, amizades, trabalho, finanças, lazer... e, sofremos.
Apegados a uma coisa ou outra, não vemos com naturalidade que tudo muda, se transforma, tem um fim, até que a vida nos coloca frente a frente com a suprema prova da impermanência: a morte (contraditoriamente, a única certeza que temos).
Assim, cada vez mais, me convenço que é chegada a hora de investir no crescimento interior. Tornar-se capaz de gerar pensamentos, ações e escolhas conscientes. Entender que a vida é muito maior do que a concebemos, que nada é em vão em nossa existência. E, que, sempre podemos utilizar uma situação qualquer que estejamos vivendo para perceber a amplitude de possibilidades que o mundo nos oferece para a auto-realização. Por exemplo:
Sua vida anda monótona e sem graça. Que tal iniciar um trabalho voluntario? Uma atividade diferente? Conhecer gente nova? Ou simplesmente, dar um bom dia mais afetuoso, fazer um elogio, um agradecimento sincero para alguém, e se sentir mais feliz?
Você está se dispondo a cuidar de uma criança, um doente ou idoso. Que tal utilizar o tempo que passa com ele para descobrir mais sobre você mesmo? Cultivar sua paciência? Transpor seus limites? Desenvolver sua generosidade? Exercitar o poder de perdoar? Ser compassivo? Aprender a amar verdadeiramente?
Você anda fora de peso, angustiado e deprimido. Que tal começar a se manter mais saudável para usufruir mais da vida? Perceber que você é o senhor do seu destino? Que cabe a você ser capaz de modificar seus hábitos? Enriquecer seu momento presente? Construir sua paz interior? Evoluir? Crescer? Se aperfeiçoar? Tornar-se consciente?
2010 - Ano Novo. Que tal, você e eu aproveitarmos o próximo ano para vivenciar a impermanência da vida como fonte de desenvolvimento da Plena Consciência?
Aguardo você lá, hein?
Grande beijo,
Sandra.